Com o Outono e as primeiras chuvas – que este ano tardaram a cair – começa no Algarve, quando os ramos dos medronheiros se enchem de frutos de cor vermelha e alaranjada, a época da apanha do medronho, o fruto a partir do qual se faz a famosa aguardente de medronho algarvia.
Para quem não sabe, o medronheiro é uma planta espontânea típica das serras algarvias e do sul do mediterrâneo.
Os seus frutos, de cor amarela, alaranjada e vermelha, surgem em meados de Outubro e Novembro e parecem-se com morangos silvestres, embora mais redondos e de textura rugosa.
Os de cor vermelha já maduros, são doces e comestíveis e até bastante saudáveis pois têm uma ação antioxidante.
O aproveitamento do fruto do medronheiro para fermentação e destilação ou para a confeção de compotas é uma prática que remonta há muitos séculos em toda a zona serrana algarvia.
A técnica de destilação com alambiques tem origem nas civilizações egípcias e grega e normalmente, realiza-se em meados de Fevereiro.
Os frutos são cuidadosamente recolhidos, colocados a fermentar em pipas de madeira, após o que, passado algum tempo, são destilados em alambiques de cobre.
A qualidade do fruto, a sua colheita, os cuidados com a fermentação, a destilação e o seu tempo de duração, são alguns dos segredos de cada produtor. Segredos que são transmitidos de geração em geração, para que o produto final – a aguardente de medronho algarvia – seja única em todo o mundo e de sabor inigualável.
Um verdadeiro ex-libris das serras do Algarve que não pode deixar de provar!
Se quiser saber um pouco mais sobre as fase do medronho – a apanha, a fermentação, a destilação e o engarrafamento, espreite aqui.